quinta-feira, 14 de junho de 2012

Marylin

Trouxe comigo a mais bela flor negra - maxillaria schunkeana - e gravei bem a imagem daquilo que poderia ser julgado como "objeto de carinho e amor" pelo nosso consciente coletivo. Segui reto na rua 43, talvez eu não devesse passar por lá, mas pouco me importava de saber o que devo ou não; não queria estragar aquele belo momento de romance no qual eu estava passando e que, aos olhos do bom e velho senhor que estava bebendo no bar da Llourdes, seria o meu último momento. Por mais que ele estivesse lá apenas me observando, os olhos dele estavam me contando tudo que estava acontecendo por ali, os meus apenas ouvindo; cada movimento, cada respiração, cada sentimento das pessoas que passavam por mim. Por um momento me achei a pessoa mais estranha do mundo por estar fazendo aquilo por uma garota. Logo eu, Guilherme, levando uma rosa para uma garota, e dizendo a ela que aquilo representava meu amor. E realmente representava tão bem que a rosa era preta (como eu disse no inicio), e no momento em que eu a vi, sentada no banco que afeitava a sua rua, ou que talvez era apenas um acessório para o mesmo, meus olhos se encheram de lágrimas e então larguei a rosa no chão e fui embora. Encontrei as mesmas pessoas circulando pela rua e me senti bem, mesmo com os olhos brilhando das lágrimas que não escorriam. Encontrei o homem do bar novamente e disse a ele que estava certo; ele ficou confuso mas depois sorriu e disse, "você não podia ser diferente, você agora é um de nós. Uma pessoa normal"

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